quinta-feira, 17 de março de 2011

Lendo Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia

Iniciar a leitura de Pedagogia da Autonomia e mais ainda, das conscientes e sábias palavras de Paulo Freire, é como fazer um resgate aos velhos e bons valores, ao amor possível pela educação, ao amor possível por um ensinar que aprende e por um aprender que ensina, a essa relação de troca que se completa.
É possível perceber que Paulo Freire tem uma forma muito particular de nos despertar os melhores sonhos, de nos levar para dentro de seu mundo e de nos mostrar um novo olhar para o ser humano como personagem principal de sua história e para a educação como prática que liberta e transforma.
Em Pedagogia da Autonomia é justamente esse um dos assuntos abordados: a importância de sermos enquanto sujeitos e educadores, comprometidos com nossa prática, de sermos instigadores, pesquisadores e de termos sede de aprendizagem, sede da “curiosidade ingênua e crítica”, como Freire mesmo fala.
Segundo Freire, nossa prática além de libertadora, politizada, e motivadora, deve ser ética. Devemos assumir nosso papel enquanto ser que aprende e que também ensina, ser que atua, que vive, que participa, que reflete. Precisamos assumir nosso compromisso com a educação, com o que realmente buscamos como educadores, com a busca pela mais justa  possibilidade de igualdade, de direitos e conhecimentos para nossos alunos, aprendizados que sejam significativos e válidos para sua vida em sociedade, enquanto sujeito que merece fazer parte da mesma e ter o melhor. 
Não nos cabe de forma alguma estagnar o conhecimento, nem tão pouco impedir que ele chegue a todos de forma igual, já basta o fatalismo da sociedade e as grandes discriminações.
As dificuldades e os problemas da contemporaneidade não são poucos. A luta de classes, as desigualdades sociais e raciais, a pobreza estão presentes no cotidiano escolar. É preciso olhar com amor para a classe assalariada, para os pobres, para os marginalizados e Paulo Freire fez muito isso, direcionou para este público seu olhar. Um olhar que acreditou, que fundamentou, que propôs mudanças.
Segundo Freire, o homem deve ser fazedor de seu tempo, deve ser crítico, atuante, comprometido, problematizador e não submisso ao que lhe é imposto, determinado. O homem deve fazer parte do mundo, de seu meio, e não apenas estar nele.
Estes ideais e sonhos exigem uma prática e educadores que além de se comprometerem com a mudança, que acreditem nela e a promovam. É preciso abandonar o velho modelo tradicional, imutável e maçante de ensino que nada tem a ver com a realidade do aluno e fazer da escola um lugar em que se goste de estar, em que os conhecimentos sejam construídos, a curiosidade seja instigada, em que não se determine quem ensina e quem aprende, mas que haja uma troca mútua, como um elo em que não há imposições, mas muita vontade de aprender e dividir saberes.
Fomos acostumados desde muito, com a educação bancária, em que os depósitos de conteúdos eram transferidos como verdades. Hoje, graças a Freire e outros grandes estudiosos buscamos o melhor para nós mesmos e para a escola enquanto instituição que tem por ideal o ensinar.
“Ensinar não é transferir conhecimentos...”
“Não há docência sem discência...”



Um comentário:

  1. Minha querida como sempre concordo com teu posicionamento frente a genialidade de Paulo Freire!! A Camila que nos desculpe,mas o Freire realmente sabe o que fala! Temos muito o que aprender com esse sábio homem.Bjus colega;
    Angela

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